A eleição deste Top10 foi tão
difícil, que temos que admitir que injustiças foram cometidas com alguns dos maiores craques da história do
Verdão. Tanto é que uma nova lista poderia ser montada somente com os jogadores que ficaram de fora.
Romeu, Leão, Edmundo, Waldemar Fiúme, Rivaldo, Alex, Jair da Rosa Pinto,
Mazzola, César Sampaio, Jorge Mendonça...
Olhando a respeitável lista dos 'excluídos', é possível perceber o porque do Palmeiras ter sido considerado o Campeão do Século XX. Muitos craques, muitos esquadrões, mas somente 10 eleitos.
Feitas as desculpas necessárias aos craques que ficaram de fora, vamos aos 10 +, eleitos pela equipe Palmeiras Todo Dia.
10° LEIVINHA
Meia-direita (1969-75) - Talvez tenha sido o jogador mais completo da história do Verdão. Motivo suficiente pra figurar na nossa lista.
João Leiva Filho, ou Leivinha para os Palmeirenses, foi um dos maiores craques da chamada segunda Academia de Futebol, que marcou época no início da década de 70. Um dos melhores cabeçeadores da história do futebol brasileiro, Leivinha se destacava pelo fato de também ser muito bom com os pés, fato muito raro pra qualquer jogador, aliar habilidades tanto pelo chão quanto pelo alto. De posicionamento perfeito, estilo avantajado e com faro de gol, passou seis anos no Palmeiras, conquistou títulos e chegou à seleção brasileira, por quem disputou a Copa de 74, além de marcar o milésimo gol da história da equipe canarinha, em amistoso contra o Zaire.
Pode-se dizer que formou o melhor meio-campo da história do Verdão, junto com Ademir e Dudu, sempre aliando técnica, raça e correspondendo as expectativas da torcida, que tinha no jogador um grande ídolo. Foi vítima, desde aquela época, de um dos maiores erros de arbitragem da história do futebol brasileiro, na final do Paulistão de 71. Não fosse o erro de Armando Marques, que entendeu que Leivinha fez com a mão mais um de seus muitos gols de cabeça, o Palmeiras teria sido campeão Paulista naquele ano.
Jogos: 263
Gols:104
Títulos: Robertão 1969, Brasileiro 1972/73, Paulista 1972/74.
9° DUDU
Volante (1962-75) - "Final do Paulistão de 74. Rivelino chuta falta da entrada da área, uma bomba que explode em cheio no capitão do Palmeiras, que cai desmaiado. Minutos depois, tal capitão levanta-se, volta para o jogo e marca o rival implacavelmente. Palmeiras campeão Paulista de 1974".
Talvez o único jogador da lista que não pode ser considerado um craque, mas mesmo assim um dos jogadores mais importantes da história do Verdão. Se Ademir da Guia era o grande maestro da academia,
Dudu era a alma do time. Se Ademir era o craque, o cérebro, Dudu era a vontade, o Palmeira em sua essência. Formou, junto com o próprio Ademir, uma das maiores parcerias da história do futebol brasileiro.
De técnica limitada, Dudu tinha uma pegada invejável e principalmente, um amor à camisa do Palmeiras como poucas vezes foi visto em nossa história. Ao todo, foram 13 anos de muitos títulos, alegrias e lágrimas nos olhos da torcida, que nunca se cansava de ver aquele volante tão raçudo, tão esguio, tão lutador e guerreiro em campo. O maior exemplo de deficiência técnica compensada com outras tantas qualidades na história do Verdão. Um nono lugar merecido a um dos ídolos da Academia do Futebol, que ainda voltou como treinador em 1976 para conquistar mais um Paulistão.
Jogos: 609 (terceiro jogador com mais jogos pelo clube, atrás apenas de Ademir e Leão.
Títulos: Paulista 1963/66/72/74, Brasileiro 1972/73, Taça Brasil 1967, Robertão 1967/1969, Rio/Sp 1965.
8° HEITOR
Atacante (1917-31) -
Ser o maior goleador da história do clube praticamente o obriga a estar na lista. Mas Heitor foi muito mais. O maior craque da história do Verdão em seus primórdios.
Quando o Palmeiras ainda era Palestra e o futebol um esporte amador, um jogador se destacava entre os demais. Seu nome? Heitor. Seu instinto, fazer gols. E foram muitos, junto com vários recordes quebrados. 227 gols, com uma média espetacular de 0,7 gols por partida. Seis gols (!) marcados em uma única partida, e em duas ocasiões. Por meio das grandes atuações com a camisa do Verdão, chegou a seleção brasileira em 1919, quando marcou o gol do primeiro título de muitos que viriam, a Copa América de 1919.
Poucos o viram jogar, e por isso fica até difícil tentar explicar com palavras o que Heitor significou para o Palmeiras, e como era seu estilo de jogo. Mas uma coisa é certa. Tivesse ele vivido a época do profissionalismo, onde mais campeonatos e partidas eram disputadas, Heitor teria tudo pra estar ainda mais à frente em nossa lista.
Jogos:330
Gols: 227
Títulos: Paulistas 1920/26/27.
7° Djalma Santos
L ateral-direito (1958/68) -
Foi considerado, pela própria Fifa, o melhor lateral-direito da história do futebol, grande parte devido aos 10 anos de Palmeiras. Precisa dizer mais?
Hoje o futebol brasileiro ainda deve muito a Djalma Santos. Numa época em que os 'pontas' se destacavam mais que os próprios laterais, Djalma conseguiu se destacar numa posição criticada pela imprensa como defensiva. Poucos sabiam que se tornaria padrão mundial. Também é dele o pioneirismo de cobrar laterais para dentro da área, quase como escanteios, também cada vez mais comum no futebol moderno.
Jogador completo, hábil na defesa e no apoio, foi titular do Verdão por vitoriosos 10 anos, fazendo parte da 1° Academia da década 60 e conquistando títulos como poucos. Na Copa de 62, foi titular e é até hoje um dos recordistas de jogos com a camisa da seleção.
Jogos: 239
Títulos: Taça Brasil 60/67, Robertão 67, Paulista 59/63/66, Rio/Sp 65.
6° Oberdan
Goleiro (1940-56) - s mais velhos garantem: foi o melhor de todos, craque com as mãos.
É inegável a importância história de Oberdan para o Palmeiras. Ao lado de Ademir, foi o jogador que passou mais tempo no Palmeiras, 16 anos. Estava lá em 1942, no surgimento do Palmeiras já campeão. E jogou muitas vezes antes, com a camisa do Palestra Itália. Em 1951, ano do título Mundial, lá estava ele defendendo o gol do Verdão. Somente pela importância de ter jogado tanto tempo no Verdão, Oberdan já merecia um lugar na lista. Mas foi, sobretudo, um grande goleiro, talvez o melhor que o Palmeiras já teve. Suas saídas de gol espetaculares, com apenas uma mão, marcaram os olhos de quem viu. E títulos, muitos títulos.
É fato que poucos jogadores personificaram o Palmeiras como fez Oberdan, e são por essas e outras que ele é lembrado ainda hoje como exemplo de grande goleiro e símbolo do Palmeiras por duas décadas.
Jogos: 351
Gols sofridos: 409
Títulos:Paulista 42/44/47/50, Copa Rio 51, Rio/Sp 51.
5° Marcos
Goleiro (desde 1995) - O maior responsável pelas recentes glórias do Verdão, que a torcida define em uma só frase: "São Marcos de Palestra Itália".
Alguns chamariam de ousadia consagrar um jogador ainda em atividade como melhor goleiro da história do time que produziu grandes goleiros com mais eficiência na história do futebol brasileiro. Embora ainda em atividade, não é
difícil perceber o porque de Marcos já ser uma lenda pro torcedor Palmeirense, um ídolo imortalizado por grandes momentos que proporcionou à nossa torcida. Como esquecer o pênalti defendido nas semi-finais da Libertadores de 2000, contra o maior rival, um dos momentos mais emocionantes em 91 anos de história? Como esquecer um jogador que mesmo sendo o melhor goleiro de uma Copa do Mundo, não abandonou o time mesmo na segunda divisão?
E como deixar de comentar as atuações fantásticas, as declarações de amor ao Palmeiras, a luta pela recuperação de suas lesões e tudo aquilo que já fez pelo Palmeiras?
Impossível. São Marcos é raro porque é identificado com o Palmeiras num cenário onde o dinheiro fala mais alto. Mais que um grande jogador e ídolo, um exemplo ao futebol brasileiro.
Alguns podem até discordar, dizer que essa posição na lista é coisa de momento. Porém, nossa escolha ainda não é definitiva. São Marcos pode subir ainda mais posições e quando encerrar a carreira, tem tudo pra ser o quarto jogador a ganhar um busto nos jardins do Palestra. Mais que merecido.
Jogos: Muitos ainda pela frente, se San Gennaro quiser!
Títulos:. Libertadores 99, Copa do Brasil 98, Mercosul 98, Paulista 96, Rio/Sp 2000, Brasileiro da Série-B 2003.
4° Julinho
Ponta-direita (1959-67) - Injustiçado pelo resto do país. Venerado pelos Palmeirenses. Eis Julinho Botelho.
Mané Garrincha cruzou o destino deste consagrado e inesquecível craque palmeirense, que permaneceu no Parque Antártica até 1967. Primeiro porque, se ele não tivesse existido, Julinho teria sido o maior ponta-direita da história do futebol mundial. Segundo porque foi substituindo o eterno gênio, numa partida amistosa contra a Inglaterra, em 1959, que Julinho levou uma das maiores vaias da história do Maracanã. Porém, como seu futebol sempre foi acima de qualquer bairrismo, calou o estádio marcando um gol e dando o passe para outro. Com raro faro de gol, Julinho chegou ao Palmeiras em 1959, após começar na Portuguesa e se eternizar como um dos maiores ídolos da Fiorentina italiana. Entrou para a história, também, por ter se recusado a disputar a Copa do Mundo de 1958 por acreditar que jogadores que atuavam fora do País não mereciam ocupar o lugar que quem jogava por aqui. Com isso, perdeu a chance de ser campeão mundial pela Seleção Brasileira.
Quando a revista Placar elegeu os 50 melhores jogadores do Verdão, em 2000, Julinho ficou atrás apenas de Ademir da Guia. Rápido, habilidoso, raçudo e conquistador de títulos, o que mais poderíamos exigir de um ponta?
Jogos: 269
Gols: 81
Títulos: Taça Brasil 1960/67, Robertão 1967, Paulista 1959/63/66, Rio/SP 1965.
3° Luís Pereira
Zagueiro (1968-75 - 1981-84) -
Os atacantes e meias dos anos 70 não cansavam de repetir que ele era o melhor marcador de sua época. Um "zagueiro-craque" como nunca mais se viu.
O melhor zagueiro que já vestiu a camisa do Palmeiras. Esse é o resumo da história de Luís Pereira no Verdão, que começa em 1968, período de transição entre as duas academias. Grande marcador, com posicionamento quase perfeito, foi o maior responsável pelos 13 gols sofridos em 40 jogos pelo Verdão no Brasileiro de 1972, até hoje a melhor defesa da história da competição. Era implacável nos desarmes, mas sabia sair jogando com perfeição. Foi assim em 1974, na lendária final contra o Corinthians, quando os rivais ficaram mais um ano na fila. Luisão desarmou Rivellino e tocou para Jair Gonçalves, lance que terminaria no gol do título em 1974, e que imortalizou uma imagem, os famosos tapinhas na cabeça de Rivelino.
Luís Pereira foi durante muito tempo sinônimo de segurança e amor a camisa do Verdão. Tanto é que nos anos 80, período de vacas magras, voltou ao Verdão pra tentar salvar o time do período de ostracismo. Não deu. Mas também não precisava. Já fazia, há muito tempo, parte da história do Palmeiras.
Jogos: 568
Títulos: Brasileiro 72/73, Robertão 1969, Paulista 1972/74.
2° Evair
Atacante (1991-94 - 1999) - arçom, matador, artilheiro, craque. Inúmeros foram os adjetivos que definiram aquele que a torcida chamava pelo seguinte e saudoso coro das arquibancadas: "Eô eô, Evair é um terror!"
O dia 12 de junho de 1993 é considerado por muitos o dia mais importante do Palmeiras. O dia que voltamos a honrar nossas gloriosas tradições com uma goleada em cima do maior rival. O pênalti batido por Evair, que selou o título após 16 anos, é o momento mais redentor da história do Palmeiras. Nunca foi tão bom gritar 'é campeão', nunca soltamos esse grito com tanta vontade e ardor. Por apenas esse momento Evair já estaria pra sempre gravado em nossas memórias.
Sempre coeso nas declarações, sempre realizando diversas funções em campo. Por hora um goleador nato, com posicionamento perfeito na grande área, sabia realizar a função de 'camisa 10' com grande eficiência, e foi fundamental nas conquistas do início da década de 90.
Ainda não era o bastante. Já considerado ídolo eterno, Evair voltaria em 1999 para o clube que o consagrou em busca de mais títulos. Com sua experiência e sua capacidade incrível de decidir partidas, foi fundamental na 'nervosa' Libertadores, sempre batendo pênaltis com perfeição e transmitindo calma ao time. Com o título da América em mãos, entrou dez vez na memória de várias gerações de Palmeirenses. Hoje, há quem diga que a solução para o Palmeiras é Evair como presidente. Não seria uma má idéia. Amor a camisa ele sempre teve, e isso já é um enorme passo. Aliado a técnica, artilharias e precisão, temos o segundo melhor jogador da história do clube, unanimidade entre nossa equipe.
Jogos: 245
Gols: 127
Títulos: Libertadores 1999, Brasileiro 1993/94, Paulista 1993/94, Rio/Sp 93.
1° Ademir da Guia
Meia (1961-67) - "E até hoje a torcida não se cansa de relembrar o que veio das nunca."arquibancadas por duas décadas: O Rei é o Da Guia!"
Alberto Helena Jr disse certa vez: "Já vi o Pelé jogar mal. Ademir da Guia,
A frase pode sintetizar a regularidade por 16 anos do melhor jogador da história do melhor time do país no século passado. Ademir é sinônimo do Palmeiras. Nunca o Verdão teve um jogador que unisse tão perfeitamente capacidade de conquistar títulos com classe com a bola nos pés.
Poucas vezes na história do futebol se viu um jogador com tamanha identificação com um clube quanto Ademir da Guia. Unanimidade na primeira posição em qualquer lista de melhores do Verdão, não era
difícil de imaginar que ele ficaria com a primeira posição por aqui também. Tanto é que a maioria da nossa equipe considera Ademir o maior de todos, e sua vitória na lista foi barbada.
Ademir é sinônimo de Palmeiras como nenhum outro jogador na história. É sinônimo de glórias no melhor momento de nossa história. Com seu estilo calado, humilde e longe dos holofotes, foi vítima de uma das maiores injustiças do futebol brasileiro, ser taxado de lento. Há quem diga que se tivesse sido titular na Copa de 74, a história do Brasil teria sido diferente. O fato é que Ademir era tão idenfiticado com o Palmeiras que nem na seleção ele se firmou. Só queria saber de uma certa camisa Verde, camisa com que conquistou 11 títulos importantes, disputou mais de 900 jogos, fez mais de 150 gols e realizou muitas, muitas assistências. Conduzia o ritmo da partida ao seu estilo, e foi o maior símbolo da Academia de Futebol, time cheio de craques onde ele era a estrela maior, o mais reluzente brilho em uma constelação que ensinava a jogar futebol.
Difícil é arranjar palavras para terminar o texto, mas uma frase talvez resuma tudo:
"Obrigado, Ademir da Guia". Do coração de 15 milhões.
Jogos: 901
Gols: 153
Títulos: Brasileiro 1972/73, Robertão 1967/69, Taça Brasil 1967, Paulista 1963/66/72/74/76, Rio/Sp 1965.
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