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:: Retrospectiva 2005

Confira abaixo, num trabalho desenvolvido por Rafael Maioral, uma retrospectiva detalhada do Verdão no ano, com avaliações individuais de cada jogador.

:: 2005 começa com Paulistão e Libertadores

O Palmeiras começou o ano de 2005 dando esperanças de título à seu torcedor. 

Com a contratação de jogadores que haviam feito um bom Brasileirão no ano anterior, como Cristian, Marcel e André Cunha, promessas como o lateral Bruno, que chegou do Marília, e o esperado fim da era Mustafá, o Verdão começou o ano com um otimismo que há muito não se via. Com três vitórias seguidas nos primeiros jogos do Paulistão e a classificação para a Libertadores após passar fácil pelo Tacuary, ninguém poderia esperar que o time cairia repentinamente de rendimento.
Marcel comemora seu gol no primeiro jogo do ano

As primeiras derrotas no Paulistão vieram, para São Caetano, Portuguesa Santista e Mogi Mirim. Jogadores como Marcel (que chegou a ser comparado com Leivinha) e Cristian, tido como craque, começaram a mostrar a torcida que não eram tudo aquilo que esperávamos.

A primeira pequena crise veio após a derrota por 3x0 para o São Paulo, no primeiro clássico do ano. Mas a derrota logo foi esquecida. Quatro jogos depois, São Marcos e Pedrinho derrubariam o ‘poderoso’ Santos de Robinho diante de um Palestra lotado.

Assim, alternando bons e maus momentos no Paulistão e justificando que a Libertadores era a verdadeira prioridade, o Verdão passou boa parte do primeiro semestre.

De fato o campeonato paulista foi uma grande decepção para todos que almejavam um título que a equipe não vence há quase uma década. Terminando no modestíssimo nono lugar, com uma campanha que somou mais derrotas que vitórias, o Palmeiras encerrava seu primeiro campeonato de 2005 de forma decepcionante.

:: Começou o Brasileirão

Entre o fim do Paulista e partidas da Libertadores iniciava-se mais um Campeonato Brasileiro - naquela época, quem poderia imaginar a forma com que a competição ficaria marcada?

Em meio a mais um início irregular de Brasileiro, o Palmeiras comete um grande vacilo ao empatar em casa contra o Cerro Porteño pela última rodada da primeira fase da Libertadores. Mesmo com o Palestra recebendo grande público, o time não sai do empate com a equipe paraguaia e acaba encontrando o São Paulo já nas oitavas de final.

Juninho ainda não estava entrosado
O problema em si não era enfrentar o São Paulo precocemente, mas sim o pouco entrosamento de um time que havia acabado de presenciar a contratação de jogadores importantes e desentrosados, casos de Juninho e Marcinho. 

Às vésperas de um jogo tão importante, a falta de entrosamento foi nítida e o resultado final todos já sabem.

Uma eliminação com gosto de que tudo poderia ter sido diferente tivessem esses jogadores sido contratados antes.

Se a eliminação para o SP foi ruim, derrotas no Brasileiro para Paysandu e Fortaleza (em casa) foram os sinais de que algo precisava ser feito.Com a demissão de Paulo Bonamigo, um técnico “amigo e trabalhador, porém longe de conseguir bons resultados”, e a contratação de Gamarra, o Verdão voltava a encontrar seu rumo no campeonato.

:: Sai Bonamigo, entra Leão

A demissão de Bonamigo tornou possível um antigo sonho da diretoria e torcida. Emerson Leão assumiria um time desacreditado, eliminado da Libertadores e em 16° no Brasileiro com um objetivo claro, porém otimista àquela altura:

Levar o Verdão a Libertadores de 2006.

O Brasileirão para o Palmeiras pode ser dividido em duas partes, antes e depois da chegada de Emerson Leão. Antes um time desacreditado, que chegou a ser cogitado ao rebaixamento. Depois, um time com poder de recuperação incrível que arrancou vitórias importantes e terminou surpreendendo o mais otimista torcedor.

Logo que assumiu, Leão deixou claro a forma como gostava de trabalhar. Nem Marcos ou Gamarra foram considerados titulares absolutos. Marcinho Guerreiro, que quase foi dispensado, ganhou nova chance. Juninho e Marcinho começaram a mostrar ao que vieram e alguns jogadores perderam espaço e acabaram emprestados. Muñoz? Não, está gordo. Marcos? Só volta quando estiver 100%. Gamarra? Ainda está lento.
Com Leão o time se encontrou

Assim foi o modo de Leão motivar seu elenco. Com críticas construtivas, conversas e puxões de orelhas, o Verdão engrenou de vez no Brasileiro.

:: O recomeço

Com Leão de treinador o Palmeiras ficou 10 partidas invicto e realizou partidas memoráveis, como a arrancada contra o SP no segundo tempo, o gol no último minuto contra o Juventude e a vitória sofrida sobre o Internacional. O Palmeiras de Leão passava a ser temido e respeitado por todos.

Em meio à arrancada da equipe na competição, uma figura ilustre surge para divertir e prometer presentes aos torcedores. Salvador Hugo Palaia, que já havia contratado jogadores do nível de Juninho e Gamarra, promete presente de natal, cutuca o Corinthians, esculacha o São Paulo e vira ídolo da torcida com suas declarações irônicas e hilárias.

Tudo isso em conjunto com projetos como modernização do estádio, reformulação do site oficial e promessa de uma grande equipe para 2006. O Verdão voltava, definitivamente, a ser grande.

Quando a fase é boa as derrotas costumam vir nas horas mais inesperadas. E assim, após dez jogos invicto, o Palmeiras provava que não era invencível ao perder para o Brasiliense, futuro lanterna do campeonato.

Leão, acima de tudo um motivador, não deixou seu time se abalar com a derrota. Assim, nas próximas doze partidas o Verdão perdeu apenas uma vez, para o Santos. Porém, os seguidos empates, inclusive o confronto direto contra o rival Corinthians, acabaram impedindo que o time lutasse mesmo pelo título.

Após o escândalo de arbitragem, as injustas anulações das partidas e as dúvidas de supostos esquemas favorecendo ‘certos times’, o campeonato estava de vez manchado. Marcado por erros inadmissíveis no país tido como melhor futebol do mundo. 

O Palmeiras caiu de produção, perdeu partidas importantes, contra Flamengo e Atlético-PR, e segundo a imprensa, deu adeus às chances de Libertadores.

Mas o campeão do século é muito mais que qualquer porcentagem matemática. Aos poucos foi surgindo o improvável, e a cada vitória na reta final, aliado à tropeços do Fluminense, a América ficava mais próxima.

Verdade que veio uma derrota na penúltima rodada, contra o Inter. Mais que uma simples derrota, uma espécie de vitória para todos àqueles que abriram os olhos aos favorecimentos absurdos em favor de um certo time vendido ao exterior. Pelas circunstâncias, talvez seja possível dizer pela primeira vez a expressão “derrota boa”. Afinal, com mais um tropeço do Fluminense, o Verdão faria um confronto direto com o rival na última rodada dependendo apenas de si para chegar ao seu objetivo.

13ª Libertadores veio na raça
O jogo foi suado, sofrido. A torcida foi mais uma vez fantástica, esgotando os ingressos disponíveis. Muita gente ficou de fora, mas quem viu, seja pela TV, pelo Rádio ou pelo estádio, acompanhou um dos jogos mais emocionantes de todo o campeonato.

Com uma virada memorável e improvável, que alguns continuam sem acreditar, o Palmeiras operava um milagre que há algumas rodadas parecia impossível.

Vencemos sim. E não importa que o campeonato tenha sido marcado mais por erros de arbitragem do que pelo futebol jogado. O melhor não venceu desta vez, mas o importante todos nós sabemos:

O campeão do século estará mais uma vez na Libertadores em 2006.

E o melhor: estaremos acompanhados “deles” mais uma vez. 

Alguém dúvida que irão tremer mais uma vez?

Desempenho do Palmeiras em 2005
Total de jogos disputados: 71

Quem marcou no ano:

Vitórias: 30 Marcinho: 17 gols / Juninho: 14 gols / Washington: 12 gols / Osmar : 12 gols / Ricardinho e Daniel: 9 
Derrotas: 23 Gioino e Warley: 7 gols / Pedrinho e Correa: 6 gols
Empates: 18 Magrão e Diego: 4 gols 
Marcel: 3 gols
Gols pró: 124 Claudecir, Alceu, Nen e 
Baiano : 2 gols
Gols contra: 107 Lúcio, Leonardo Silva, Reinaldo, Gamarra e Marcinho G.: 1 gol
Saldo de: 17 Gol contra: Kloker (Dep. Táchira)

Em números:

108 pontos ganhos em 213 disputados; Aproveitamento de 50,70%

Desempenhos dos técnicos:

Estevam Soares: 08 jogos; 04 vitórias; 02 empates e 02 derrotas > 58,33%
Wilson Coimbra: 01 jogo; 01 derrota > 00,00%
Candinho: 16 jogos; 05 vitórias; 05 empates; 06 derrotas > 41,66%
Bonamigo: 16 jogos; 5 vitórias; 2 empates; 9 derrotas > 35,41%
Leão: 30 jogos; 16 vitórias; 9 empates; 5 derrotas > 63,33%

:: Confira a avaliação individual de cada jogador em 2005!

GOLEIROS:

- Marcos

O pentacampeão sofreu mais uma vez com as lesões neste ano. Fez um cirurgia no pulso e desfalcou o Palmeiras durante boa parte do Brasileiro. Na libertadores, jogou machucado contra o São Paulo, jogo que eliminou o Palmeiras na competição. Com Leão, só voltou a equipe depois de recuperar-se 100%, e apesar de algumas falhas, vem aos poucos voltando a ser o Marcos que todos conhecem. Em 2006 promete!

Grande jogo: Palmeiras 3x1 Santos pelo Paulistão. 

Bola Cheia: O amor e a vontade com que veste a camisa do Palmeiras não deixa dúvidas que ele é um verdadeiro apaixonado pelo Verdão.

Bola Murcha: as constante lesões, que atrapalharam seu ano.



- Sérgio

Teve muitas chances no ano com as lesões do titular. Embora tenha feito boas partidas, não conseguiu ser regular e dividiu opiniões entre a torcida. Alternou bons e maus momentos, mas mostrou ao longo do ano que é mais que um reserva de Marcos, um dos líderes do elenco. Jogador importante para 2006.

Grande jogo: Palmeiras 2x1 Cruzeiro, em 17/09 pelo Brasileiro.

Bola cheia: Substituiu mais uma vez Marcos à altura. Sem reclamar da reserva, comprovou sua importância ao elenco como jogador que o Palmeiras sempre poderá contar. 

Bola murcha: O primeiro tempo da goleada contra o Figueirense, em Florianópolis, foi assustador. Parecia jogador de linha no gol. Sorte que se recuperou na etapa final...

ZAGUEIROS:

- Gamarra

Contratado como solução para a zaga, cumpriu as expectativas. Com ele, o Palmeiras sofre menos gols e se posiciona melhor em campo. Um dos jogadores mais importantes do elenco em 2005, foi eleito o melhor zagueiro do campeonato.

Grande jogo: Sua regularidade como um todo. 

Bola cheia: Cumpriu o que dele se esperava e conseguiu arrumar a atrapalhada zaga do Verdão. Mostrou vontade em ganhar títulos pelo Palmeiras no ano que vem.

Bola murcha: A estréia contra o Corinthians não foi das melhores. Na derrota para o rival, foi enganado pela bola em um lance que resultou em gol do adversário.



- Nen

Tido como melhor zagueiro do elenco em 2004, Nen fez um bom campeonato paulista, uma Libertadores regular e tinha tudo para crescer ainda mais no Brasileiro. Cada vez mais admirado pela torcida pela humildade e vontade com que joga pelo Palmeiras, o jogador acabou traído pelas lesões, e continua em tratamento após cirurgia no joelho direito.

Grande jogo: os confrontos com o SP pela Libertadores. Não fossem as bolas paradas, o adversário não teria marcado gols no Verdão.

Bola cheia: Ter se tornado um dos ídolos da torcida não só pelo futebol, mas pelas atitudes leais em campo e fora dele, pelas declarações mostrando estar feliz no Verdão.

Bola murcha: a lesão no joelho direito comprometeu sua temporada quando parecia ter encontrado seu parceiro ideal, Gamarra. Jogou apenas três jogos ao lado do companheiro.



- Daniel

No início do ano foi bastante irregular, chegou a perder prestígio com torcedores e até a aparecer em lista de prováveis dispensas. Ao lado de Gamarra, cresceu de produção, fez boas partidas, apareceu bem no ataque e terminou o ano como boa opção para 2006 – quem sabe até para ser titular novamente.

Grande jogo: Palmeiras 2x1 São Paulo, em 12/11 pelo Brasileiro. Fechou a zaga e ainda marcou um importante gol.

Bola cheia: Não ter se abalado com a má fase, pelo contrário, ter trabalhado nos erros em busca de uma recuperação. Aceitou as críticas dos torcedores quando construtivas.

Bola murcha: O festival de trapalhadas no Paulistão e em parte do Brasileiro. Quase acabou dispensado do elenco.



- Gláuber/ Leonardo Silva/ Leonardo 

Os três zagueiros passaram a maior parte do ano buscando espaço no time titular. O primeiro foi o reserva imediato no segundo semestre, mas nem sempre passou segurança. Ainda não parece completamente amadurecido para ser titular. Leonardo Silva foi titular durante várias partidas no primeiro semestre, porém algumas más atuações fizeram com que perdesse espaço, principalmente após a chegada de Leão. Leonardo (antigo) teve poucas chances em 2005 e deve ser emprestado no próximo ano.

LATERAIS:

- Baiano

Voltou da Argentina durante a era Leão a princípio para ser titular, mas não conseguiu se firmar. Apresentou uma melhora nas últimas partidas mas já sabe que dificilmente será titular em 2006.

Grande jogo: Palmeiras 6x2 Ponte Preta. Marcou um belo gol e não teve problemas na marcação. 

Bola cheia: Continua calmo e tranqüilo com relação às críticas. Sabe que ainda está devendo seqüências mais regulares.

Bola murcha: Fez uma seqüência de jogos ruins assim que voltou ao time e acabou sendo criticado pela maior parte dos torcedores.



- André Cunha

Veio da Ponte com créditos de ter feito um ótimo campeonato em 2004. Teoricamente, deveria ter sido o titular, mas acabou perdendo espaço por motivo de atuações muito abaixo do esperado. Termina o ano vendo a contratação de um novo reforço para o setor e sabendo que dificilmente fica no time no ano que vem.

Grande jogo: Palmeiras 3x1 Goiás, em 25/09.

Bola cheia: Nem os torcedores sabem...

Bola murcha: Definitivamente, não fez um bom ano e acabou decepcionando à todos. Não marcou um gol no ano, muito pouco para um jogador que tinha como característica a forte ofensividade.



- Lúcio

Viveu boa fase em 2005 até sofrer uma lesão que no tornozelo que o deixou fora do time por três meses. No Paulistão, em parte do brasileiro e na libertadores, foi um jogador importante a equipe, com ótima forma física porém com uma grande deficiência:

A quantidade de passes errados.

Grande jogo: Palmeiras 5x2 Vasco, em 18/06. 

Bola cheia: Voltou a ganhar a confiança de pelo menos parte da torcida após um ano pífio em 2004. Sofreu uma lesão que fez a torcida perceber o quanto ele fez falta.

Bola murcha: A lesão no tornozelo na partida contra o Atlético e os constantes passes errados durante as partidas.



- Fabiano

Parecia o jogador certo para substituir Lúcio. Experiente e com ótimas credenciais, criou uma falsa expectativa que acabou não sendo cumprida. Durante a temporada, foi um jogador lento, que não acertou cruzamentos e não se firmou na equipe. Outro que pode sair em 2006.

Grande jogo: Palmeiras 3x1 Goiás, em 25/09.

Bola cheia: Nada com destaque especial.

Bola murcha: A temporada como um todo. Decepcionou a torcida, que até hoje se pergunta aonde foi parar o jogador campeão em 2001 com o Atlético-PR. 



- Michael

O garoto fez sua estréia profissional no empate contra o Fluminense, pela última rodada do primeiro turno. Mostrou habilidade, não comprometeu e provou que tem muito futuro no Verdão. Depois, teve poucas chances, entre elas mais uma boa atuação contra o Atlético-Mg, na vitória por 3x1 no Mineirão. 

VOLANTES:

- Reinaldo

Aposta de Leão, o garoto foi uma boa surpresa em 2005, mostrando personalidade e bom futebol. Enquanto crescia na competição, o garoto foi mais uma vítima das lesões, que o deixaram fora por mais de um mês e prejudicaram a continuidade de boas partidas.

Grande jogo: Palmeiras 4x1 Figueirense, em 20/07.

Bola cheia: Uma das gratas revelações em 2005, mostrou ser um bom jogador que em breve deve ser titular do Verdão.

Bola murcha: A lesão que o afastou da equipe.



- Marcinho Guerreiro

Teve um ano muito conturbado e foi um exemplo de volta por cima e superação. Depois de não começar bem no Paulista, foi deixado de lado por Estevam e Bonamigo, principalmente após ‘entregar’ gols para os adversários nos primeiros jogos do Brasileiro. Irritou a torcida, que inclusive pedia a sua dispensa. Com Leão, voltou a equipe titular, realizou grandes partidas, sempre com raça e vontade em campo. Suas melhores partidas pelo Palmeiras foram esse ano, e fizeram com que ele retomasse a confiança da torcida. 

Termina o ano como titular e sondado pelo exterior.

Grande jogo: Palmeiras 2x1 Botafogo. Com direito a gol que muito atacante perderia...

Bola cheia: A volta por cima depois de estar desacreditado por torcedores e em péssima fase. Foi um dos melhores jogadores do segundo semestre.

Bola murcha: Quando a fase era ruim, tudo dava errado. Inclusive perder bolas que resultavam em gols adversários, como na derrota para o Coritiba por 1x0 em 08/05.



- Alceu 

Outro que não foi bem na temporada, com jogos cheios de erros que irritaram a torcida.

Desde a série B não tem boas atuações...

Grande jogo: Há dois anos atrás, na série B.

Bola cheia: Ter ficado a maior parte do tempo na reserva.

Bola murcha: O pênalti no último minuto contra o Juventude, as falhas na goleada sofrida para o Atlético-PR, as faltas bobas sempre que esteve em campo, etc.



- Corrêa

Fez uma temporada tranqüila, regular, porém longe de ser brilhante. Alternando entre a lateral e o meio-campo com Estevam, Bonamigo e Leão, deve finalmente jogar na sua posição de origem em 2006 com a contratação de Paulo Baier. 

Nas bolas paradas e nos lançamentos para a área, foi melhor que qualquer outro lateral no ano. Peça útil ao Verdão. 

Grande jogo: Palmeiras 2x1 Cruzeiro, em 17/09.

Bola cheia: Marcou o gol de falta mais bonito do campeonato brasileiro de 2005 no seu melhor jogo na temporada. Chegou a ser comparado à David Beckham. 

Bola murcha: Foi talvez o jogador mais regular do time na temporada. Por isso, embora não tenha tido um grande destaque, também não teve uma grande “bola murcha”, exceto no período de demissão de Paulo Bonamigo quando na verdade todo o time estava em crise com os torcedores.

MEIAS:

- Juninho Paulista

Grande contratação da equipe no ano, foi crescendo a cada partida no campeonato, marcando um gol decisivo de falta na última partida contra o Fluminense. Foi o cérebro da equipe, sempre com muita movimentação e gols que justificaram sua contratação.

A torcida chegou a duvidar da sua capacidade após a eliminação para o SP, mas as partidas seguintes comprovaram o que no fundo todo mundo já sabia. Juninho é craque e foi um dos melhores jogadores do Brasileirão.

Grande jogo: Palmeiras 3x1 Paraná, em 11/09. 

Bola cheia: Ter sido responsável por boa parte dos gols do Palmeiras desde a sua chegada, seja com passes, faro de atacante ou gols de bola parada. Marcou gol decisivo contra o Fluminense na última partida.

Bola murcha: Demorou a se entrosar com Marcinho e o resto da equipe, e por isso, nas primeiras partidas errava muitos passes.



- Marcinho

Disputado por várias equipes do futebol brasileiro, justificou o porque custou US$ 2,5 milhões ao Palmeiras com belos gols. As primeiras partidas chegaram a ser duvidosas, pela dificuldade em achar seu melhor posicionamento em campo. Aos poucos foi crescendo e formou uma ótima dupla com Juninho. Não é craque, mas é um grande jogador capaz de desestabilizar qualquer sistema defensivo. Só precisa ser mais regular para cair de vez nas graças da torcida.

Grande jogo: Palmeiras 5x2 Vasco, em 18/06, e Palmeiras 4x1 Botafogo, em 03/07.

Bola cheia: Artilheiro da equipe na temporada, com 17 gols. Nas duas goleadas citadas acima, marcou três gols em cada jogo.

Bola murcha: Há quem diga que ainda não achou seu melhor posicionamento... e perdeu um pênalti contra o Santos pelo returno, na Vila Belmiro.



- Diego Souza 

Diego apareceu mais fora dos campos do que dentro deles. Brigou com Estevam, acabou afastado do elenco, viajou ao Japão para trabalhar com Leão e acabou voltando ao Palmeiras, sem conseguir repetir as boas atuações de 2003 pela série B. É cogitado à sair do clube caso apareça uma boa proposta. Também pode ser emprestado.

Grande jogo: Palmeiras 4x1 Ituano, em 27/02 pelo Paulistão.

Bola cheia: A partida contra o Ituano foi talvez sua melhor com a camisa do Palmeiras, marcando três gols. Pena que foi só...

Bola murcha: A briga com Estevam, os rumores de noitadas, várias partidas medíocres...



- Cristian

Contratado para ser o principal nome da equipe no meio-campo, não passou de uma grande decepção. Aproveitou mal suas chances, e mesmo antes da chegada de Leão já era reserva. Com a chegada de Marcinho e Juninho, ficou esquecido e não deve continuar em 2006.

Não fez sequer um gol com a camisa do Palmeiras...

ATACANTES:

- Washington

Chegou da Portuguesa com o credencial de ter feito um ótimo Paulistão. Alternou maus e ótimos momentos. Embora lento e com pouca habilidade, marcou gols importantíssimos 

(quase todos de cabeça) e se tornou um dos principais atacantes de 2005.

Mostrou ter estrela e a não tremer em momentos importantes e terminou o ano de bem com a torcida. 

Grande jogo: foi decisivo em vários jogos. Marcou gol no último minuto contra o Juventude, dois contra o Atlético-MG e um importante e bonito gol contra o Fluminense.

Bola cheia: Muito bom cabeceador e decisivo, espécie de talismã para o segundo tempo.

Bola murcha: Quando teve oportunidades de titular desde o início do jogo, normalmente foi mal. Com a bola nos pés ainda tem dificuldades para finalizar.



- Gioino 

Em meio a muitas dúvidas e contestações, Gioino chegou no Palmeiras praticamente como “o desconhecido que havia marcado gols contra o São Paulo”. A princípio não agradou a torcida. Seu estilo de centroavante paradão não era bem o que os torcedores esperavam. Aos poucos, porém, foi mudando sua imagem. De argentino “morto em campo” a Hermano esforçado, Gioino evoluiu junto com o time, marcou gols e acabou conquistando parte da torcida. Passou o semestre disputando posição com Washington, mas terá que jogar muito mais se quiser permanecer na equipe titular em 2006.

Grande jogo: Palmeiras 3x3 São Paulo, em 04/08.

Bola cheia: Vontade em campo, os gols importantes e a mudança de sua imagem com a torcida.

Bola murcha: Está muito longe de ser craque, e por isso acabou decepcionando quem esperava um jogador que resolveria todos os problemas do setor.



- Warley/Cláudio

Dois jogadores que não tiveram muitas chances em 2005, mas por motivos distintos. Warley foi mais um que apenas “somou” o elenco. Longe de ser um artilheiro, não aproveitou as oportunidades, perdeu gols fáceis e acabou irritando a torcida. Não deve continuar em 2005. Enquanto isso, o garoto Cláudio, de apenas 16 anos, fez sua estréia no futebol profissional em partida contra o Fluminense. Tem personalidade e habilidade, mas ainda tem muito que aprender para ser titular. Se for bem orientado, será uma das grandes revelações do Verdão em muito tempo...

OUTROS:

Muitos outros jogadores participaram dos 70 jogos do Verdão na temporada, sendo que alguns merecem ser lembrados com destaques especiais.

Magrão foi o maior ídolo da equipe no primeiro semestre, líder dentro e fora dos gramados. Tentado pelos altos salários do Japão, o jogador acabou saindo com o velho discurso de “independência financeira”. Pode voltar em 2006.

Pedrinho fez algumas partidas memoráveis, contra o Santos pelo Paulistão, Figueirense, Paysandu e Botafogo pelo Brasileirão. Problemas como unhas encravadas acabaram balançando sua relação com a torcida, que passou a questionar se realmente valia o preço do seu salário. Sem conseguir manter as boas atuações em seqüência, acabou liberado para acertar com o time árabe para o mundial. Ricardinho e Osmar foram responsáveis por boa parte dos gols durante o primeiro semestre. Nunca foram unanimidades, e após a eliminação para o Sp, ambos deixaram o clube e tiveram passagens pelo Grêmio. 

Marcel, que chegou a ser comparado à Leivinha, foi jogador de um jogo só.

E ano vai, ano vem e Muñoz continua se recuperando da lesão (e emagrecendo)... 

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2005 não foi tudo que desejávamos, mas foi o suficiente para acreditarmos que alegrias estão por vir no próximo ano. Bons jogadores já foram contratados, outros virão. Projetos que nos devolvem a alegria de ser Palmeirenses (um pouco esquecidas na era Mustafá) nos dão a certeza que bons tempos virão pela frente.

O ano que passou foi bom, o próximo tem tudo para ser melhor. E nós, torcedores, faremos nossa parte mais uma vez, incansáveis e insaciáveis por títulos.

Que venha 2006! Que venha a Libertadores!

Vai PALMEIRAS!

Rafael Maioral
maioral@palmeirastododia.com
 

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